domingo, 21 de outubro de 2012

Escuro


Tudo em volta fede e se irritam as narinas
O céu que não impede se desmancha em ruínas
Em desvarios torpes se enriquece às minhas varizes
Cuidado! Não me poupes quero dias mais felizes

Tudo em volta fede e se irritam as narinas
O Sol que nos derrete nos renova com vacinas
Recarregando pilhas penso eu que estou dormindo
Acumulando milhas redefino o que é lindo

No escuro de tudo isso, não vejo nada.
No escuro em que me encontro,
A minha vida é minha vida é uma piada.

No escuro de tudo isso, não vejo nada.
No escuro em que me encontro,
Reza a lenda imaculada.

Eu compro minha crença num stand em feira fera
Assumo minha doença: Cinderela que espera.
Sentido para a vida coisa que já não questiono
Vivendo pra comida d’alta roda eu sou mordomo.

Eu compro minha crença num stand em feira fera
Evito desavença.Clamo pela nova era.
Sou platéia de tudo e é mim que a conta vence
Eu obedeço mudo sem que haja o que compense.



Um comentário:

brasileiro disse...

Também eu sou mordomo e plateia, e no consumo e no trabalho e no entretenimento e nas milhas e baterias vejo o absurdo do mundo. Vejo muitos paradoxos... Como é triste buscar a vida deixando de viver e vivendo para os outros... ou até no vazio de viver para si... Como é dificil ser coerente, meu Deus!
Adorei o poema. Keep Walking!