segunda-feira, 1 de setembro de 2008

No dragons!


Com um tanto de medo, curiosidade ou não sei mais bem, me pergunto o que será de nós no dia seguinte a qualquer um que vivamos. Não tenho receio de, ao perguntar isso, me entregar a pergunta clichê tão cantada por Beth Carvalho: “Como será o amanhã? Responda quem souber...”, porque essa pergunta tem um sentido todo novo a cada manhã, assim como as misericórdias, das quais não ouço falar faz tempo. E não me preocupo em perguntar o que será no tocante a mim ou ao meu dia-a-dia. O que muda se um negro assumir a presidência dos EUA, ou se há vida em Marte, e se Britney Spears é a rainha de lá... Pergunto o que será de nós, quando desistirmos dos nossos sonhos românticos; quando nos entregarmos à dura realidade; quando as crenças que nos sustentaram até aqui, perderem completamente sua força... O que será de nós?!

O que será de nós, enfim, quando percebemos que o fim do mundo é coisa do passado? Que ninguém vai voltar? Que essa história toda é mais um “boi da cara preta” que assusta crianças ingênuas apenas? O único que retornou até agora foi Gedai! E ponto. O que vai ser de nós? Criaremos novas fábulas? Novos contos de fadas e novos livros sagrados pra entreter e dominar? Queimaremos as milhões de Bíblias em todo mundo? Precisaremos de algum apoio, que seja. Vamos matar Platão de uma vez, e fazer com que sua cruz seja só mais uma lenda, como muitas outras que foram e são engolidas pelo tempo e esquecimento? Vamos voltar a ser homens “da caverna”? E lá fora, o que há? Desde criança que eu tento imaginar como seriam as coisas se nada existisse. Simplesmente, imagine o que existiria se nada existisse. Tente conceber um nada assim. Creio que essa tentativa possa ter algum teor de enlouquecimento.

O que faremos nós, quando nos virmos sozinhos na grande torre, sem dragão que nos possa proteger? É bom ter dragão por perto, ele nos salva da realidade, nós mantêm sonhadores e felizes protegidos pelo Maravilhoso Mundo de Disney, onde tudo acontece, que bom. Gosto de pisar nas nuvens, se um dia isso me fosse roubado não sei o que seria de mim.

As pessoas dizem que quanto mais alto nós formos, maior será a queda, e por isso, só por isso, deixam de subir onde querem. Penso que isso é um comentário comumente atribuído a gente envelhecida por dentro, como uma árvore podre e sem vida. Que prefere ficar de pés no chão pra sempre, com medo de cair. Cair é bom! Ajuda a crescer. No tempo que visitei Cristo, aprendi isso. Se cair, que se dane! Pode machucar, pode sangrar, mas terá valido à pena. Eu prefiro ter muitas marcas nas pernas e ter tido uma gostosa infância de correr pela rua, jogando queimado, bandeirinha e futebol - mesmo sendo “perna de pau” -, ter que tomar outro banho depois, ter apanhado por fugir do castigo, sonhar com a vida perfeita, com um amor de cinema, com uma carreira brilhante, do que me ver velho, num futuro qualquer resmungando feitos não feitos, não vividos, não sonhados. Eu lavo minhas roupas com OMO, porque eu sei que “se sujar faz bem”. Eu sonho, eu crio “fanfic” sobre minha própria vida.

Pra onde a gente vai?! Ora essa. Nem sei mais perdi o foco, e viajei na maionese mas postei mesmo assim.