domingo, 30 de março de 2008

Igualdade é uma farsa, é necessário aceitar o diferente



Eu não quero o igual! O que é igual cansa e estagna. Somos todos diferentes, e de maneira notória, a priori, pela aparência, mas também o somos pelo interior, pela alma. A igualdade é uma hipocresia que nos apriziona há séculos. Não quero ser igual. Como seria o mundo, se todos lessem o mesmo jornal e os mesmos livros, fizessem a mesma faculdade e se baseassem nos mesmos pensadores? O que seria de nós, se tivessemos de seguir uma mesma cartilha e rezassemos uma mesma Verdade?



A normatização do mundo é de interesse, única e exclusivamente, humano, que é ávido por ver no outro um espelho e quer que todos lhes sejam iguais. Quem garante que as dez ordens são de cunho divino e não do outro, querendo unificar a massa? Teve testemunha no alto do monte? Os gregos criaram uma forma igualitária para se falar sua língua, isso para demarcar os povos que tinham dominado. Assim, a igualdade se mostra como um fator de dominação, se somos iguais, seguimos algo, obedecemos, dominados estamos. "Igualizar" é fazer com que façamos parte de um só rebanho, um só aprisco; é fazer, também, com que tenhamos um só senhor. Igualizar é escravizar, é domesticar é massacrar.


Se o próprio Deus perdeu preciosos minutos de sua eternidade, fazendo de nós seres diferentes, seres diversos e únicos, como seremos, nós, ingratos ao ponto de negar todo este trabalho divino? O Criador se empenhou em fazer-nos absurdamente diferentes, cada um de nós, em cada detalhe do nosso corpo e do nosso interior. Ele cuidou para que fossemos diferentes e não iguais. As listras de nenhumas zebra são iguais as das demais.


Diferentes, é o que somos por excelência. Igualdade é mentira, não é a toa que o socialismo é uma política falha, muito linda e romântica na teoria, mas sucumbiu na prática. Não temos, todos, de ser magricelas ou ter olhos azuis; nem precisamos, todos, de ter os mesmos sonhos. Há muitas árvores diferentes e mesmo as ditas iguais são dferentes. Não existe igualdade, ta aí uma coisa que nunca existiu. Eu ficaria louco se todos fossem iguais; eu, ainda hoje, não consigo identificar quem é quem no meio de duas irmãs gêmeas que conheço desde que me entendo por gente. Imagine se igualdade fosse uma verdade.


Somos diferentes, não há como negar. Haja a vista, que somos em negros, brancos, pardos, índios, nipônicos, vermelhos, arianos, homens, mulhers, g's, l's, b's, t's, definitivamente, indubtavelmente, diferentes. A diversidade é algo tão presente na vida dos seres humanos quantos os próprios; a carência no tocante a ela é sua aceitação. Aceitar o diferente nem sempre, ou melhor, nunca é agradável. Aceitar o que não é nosso é algo doloroso. Não quero que o mundo seja igual! Quero o mundo assim como ele sempre foi, diverso; e acrescido de aceitãção e compreensão aos montes. O que é igual não tem graça, não tem sentido, é morte. A diversidade de cada engrenagem, que somos nós, é o que dá movimento a este grande relógio, que é o mundo. Para a História acontecer e ter o seu curso, é mister que giremos. Imagina só se todas as engrenagens fossem iguais... Como se encaixariam? Acabou!

sexta-feira, 28 de março de 2008

Embalos das noites noturnas.


No lábio molhado permanece o outro. O hálito transformado pela boca do outro; o hálito que , perdurando, sinaliza a marca que deixa um beijo. Dançando junto, beijando junto, confessando junto, "Have you confessed?". A vida noturna é assim, arranhões que marcam, mas somem logo. A vida noturna tem disso, de estar junto e só. Ir pra casa só. Sozinho e só. Um momento, outro momento; só momentos. Só lamento! Não há o que falar, não há o que ouvir, não há o que entender. Há o que ser, há o que viver, há o que deixar rolar. Não há mais nada. Nada é nada. Tudo é nada. Nada é tudo e tudo é tudo.

Terra em trevas, a meia luz, a jogo de luz, a som, a calçados sujos. Cabelos enfumaçados, cigarro e gente. Roupa suada. Copo vazio! copo cheio de novo. Olhos serrados. Panturrilhs cansadas. Pés presos nos tênis da modinha. Blusa molhada! Também cheirando a cigarro. Fumantes. Ativos e passivos. Me encaixo entre os segundos. Do auto, da pedra de dança, gorgonzola e mussarela de bufala, sou rei leão, no ciclo sem fim. Vejo o mundo. Possibilidades. Pessoas animadas. Gente alegre. Com as mãos pro alto, sendo assaltadas, de suor, de energia e de sensibilidade nos tímpanos. Vejo gente rindo. Deve ter gente chorando, triste, mas não procuro por isso. Procuro copos, assaltos da pista.


Tanta gente bonita! Tanta gente feia! O que é feio e bonito? Quem decide? Hollywood e Paris? Quem decide o belo? O esteticamente belo? Kant? Quem sou eu...! Cabelos despenteados, "All Star'' branco, preto. Banheiro fedorento, sem papel e molhado. Ar condicionado inútil, tentativa de frio fútil. Caipirinha, vodka, vinho e cerveja, quando sem verba. Ingerindo açúcar na bomboniere. Cantando "Like a prayer", "All by myself" e "Preciso de Ti". Tudo é festa. Fila é festa. Amigo de fila, vira contato do orkut. Amigo de amigo passa a ser amigo. Sentar e rir. Rir do gogó alheio. Aff! Vida que segue. Lora de pé gigante!

Dança, dança, dança. Isso é nome de novela? Sei que há um Senhor, um Senhor DJ, nem Buba, nem Mp4, nem Malboro, que seja. Um DJ maior. Que toca há seculos, que toca música para dançarmos. "If God is a DJ, life is a dance floor." Frase mais certa que há. Dancemos todos, dancemos conforme a música!

quarta-feira, 26 de março de 2008

Como ser feliz...



Pra começar a conversa, sorria. Isso. Se permita sorrir, mostre seus dentes: lindos, brancos, amarelados, trepados, careados, com aparelho ou até mesmo sua dentadura; mas seja livre pra mostrar suas "cangicas"! Olhe pra sua vida e perceba que nada é como você sonha ou planeja; que o cara certo ainda não apereceu e que os cavalos brancos, de hoje em dia, estão tão encardidos quanto calcinha de mulher porca, enfim, perceba a grande bosta que tem sido sua vida - se estiver vivendo um mar de rosa, pare de ler, então - e ria disso. Gargalhe e grite. Se for muito triste, cate um amigo e remoa com ele. Mães são ótimas nessas horas.

Delete do seu computador todas as fotos roubadas do orkut do ex, ou, ainda, as daquela garota que você conversou no bate-papo e nem te deu bola, só te add pra aumentar a rede. Delete também os "mp3" de "All by myself" e companhia. Faça brigadeiro! Uma lata só pra você, espere até estar sozinho. Delete, ainda, os "Meus registros" do MSN, pra não ficar relendo conversinha com ex-amigo falso e nem com quase-affair.

Assista à "Seção da tarde", filme calejado faz bem. Principalmente quando a gente consegue repetir as falas junto com os personagens. Se estiver frio, deite no sofá da sala, se enrole no edredom e ligue o ventilador (pra ficar mais frio, um clima do Norte Desenvolvido). Tente restaurar da lixeira, se não der baixe de novo, todas as músicas do estilo "All by myself", faz mau, eu sei, mas a gente gosta e faz bem! Chore ao som de "O que me importa"; rebole ao som do "Créu"; imite a coreografia do "High School Musical"; berre e dance ao som de "Wanna be", "Vogue" - aprenda falar a parte do textinho - e uma longa lista. Acenda um incenso cheiroso. Use colônia de lavanda, é um clássico. Assista novela mexicana, "Ya mucha honra"! Leia Vinícius e Clarisse. Ouça Chico! Ouça também Gaiola das Popozudas; curta o som do My Chemical Romance. Leia as opostilas que os professores passam.


Confesse seus amores. Não confesse seus amores. A seu critério. Sabe, tipo sal a gosto. Diz que ama sua mãe; tira o papai do bolso, coitado, e bota ele no coração também. Resolva suas pendengas. Ah, ligue pra aquele amigão sumido, mesmo se você ligou por último. Bata um papo com Deus. Se não crê, beleza. Não bata papo nenhum...


Espie o vizinho que vê filme pornográfico com a janela aberta e grite: "Tarado!", depois se esconda, é claro. Dê abraços triplos, quádruplos, de quantos conseguir, mas tente tocar todos os abraçados. Ame! Goste! Se deixe apaixonar. Pelo menino que faz aquela aula contigo, ou pelo garoto que compra pão na padaria do seu avô, sei lá, seja criativo...


Escreva cartas e as entregue pessoalmente. Não seja estremista em nada. Opite pelo meio termo, assim se pode aproveitar o melhor de cada lado. Quem foi que disse que não se pode servir a dois? Sirvo a quantos eu quiser. Leia mais este blog, comente neste blog, divulgue-o ;). Assista (e leia) Harry Potter. Conheça Gossip Girl. Assista tele jornais, mas cuidado com a manipulção da informação. Ouça, com muito carinho, seu amigo chato cantando músicas do RBD, não! Esquece isso, bate nele mesmo, a sensação é muito melhor.


Como ser feliz?! Sei lá! Se vira, "mermão"! Isso que eu escrevi não faz ninguém feliz, acha que se fizesse de verdade eu ia postar num blog onde qualquer um lê de graça? Eu ia era vender livros, ia ser mais rico do que a Rainha da Inglaterra, que nem a titia Jo. Fazendo isso, já é um começo. Antes de tudo seja você. Isso é mais que suficiente pra se achar o pote de ouro no fim do arco-íris.


You Know. You love me. X.O.X.O. Writer Boy!

domingo, 23 de março de 2008

Festa de aniversário


Meu aniversário foi lindo! Adorei a comemoração dos 19! Infelizmente, nem todos estavam presente, mas teve gente que precisou burlar mãe católica na Quinta-feira Santa. Sacrifícios! Festa! Ah, e se perguntarem, o "cuscus" agüentou a noite inteira. Ao som de Amy, Madonna, Spice e muitos outros queridos, tudo, é claro, regado com alta quantidade de batata - fermentada, engarrafada, atendendo pelo nome de Natasha -, obvious! E a propósito, nada mais justo que, para católicos, passarem a madrugada da Paixão comendo bacalhau! Mas no fim, tudo é festa. Sou sem vergonha, mesmo, e amo todos do Rei. E afinal de contas cada um passa sua Sexta-Feira Santa como quer, uns comendo peixe, evangélicos fazendo churrasco e eu comendo batata, ou melhor, bebendo batata. I love myself! "E depois deste desterro..." ainda ouço meu pai dizendo que eu sou individualista. Se o sou não sei, mas teho pré-requisitos básicos, tais como: pós-protestantismo, liberalismo, capitalismo, ah e sei lá mais, se isso não for o suficiente para se ser individualista, não sei mais de cacete nenhum... Talvez meu progenitor esteja completamente equivocado, como em muitas coisas que falou. E falou tanto... misturou tudo, essa é minha vida. Na verdade é a vida de todos os que têm pais. O que seria de nós sem eles? Ah, muitos sobrevivem... Mas sou feliz por ter os meus, pai e mãe, não me entendem, mas é confortante saber que estão na estante infentando minha vida. Infeites úteis, não, simplesmente, fúteis. Pra terminar, a tal da músiquinha: "parabéns pra você, parabéns pra você, pelo seu aniversário..." Happy birthday to me!

segunda-feira, 17 de março de 2008

Pedras e Bíblias


Polêmicas cenas, obscenas, e no mais genuíno sentido da palavra, invadem nossas casas; aliás, não invadem. São convidadas e devidamente autorizadas e sintonizadas digital ou, mais comumente, analogicamente. É uma caixa de surpresas, nossa amiga de horas a fio. Podemos ser mais rápidos que o Klink, ganhando “o mundo em um minuto”; podemos conhecer os lugares mais profundos da nossa pátria ou simplesmente estatelar à simples vinheta de um certo plantão; somos transportados pra distintos universos e realidades completamente novas e inimagináveis. A essa caixa, alguém resolveu dar o nome de televisão e é ela que tem sido fiel nos acompanhando em cada momento das nossas vidas. Da educação das nossas crianças à formação das nossas opiniões.
A arte não deve, simplesmente, imitar a vida. Platão teria náuseas. Cópia de cópia, não! A arte pega o que há e transforma, “repagina”, dá roupagem nova. É fato, que não há uma cristã que instiga uma multidão, com paus, pedras e ódio, a marchar contra uma família, por menos convencional que seja - de dois pais, ou de duas mães, ou trinta, enfim. Mais improvável, ainda, seria se houvesse uma mulher em avançado estado de gravidez envolvida entre “os filhos do capeta”. Sabemos que isso não é da índole angelical dos evangélicos. Não, não o fariam. Mas esses mesmos evangélicos angelicais, separados do mundo e pra Deus, são capazes de lançar olhares e palavras mais sagazes que as pedras agressoras de Maria ou os ossos da mãe comum impedidos por Cristo de tocarem Maria Madalena. Tudo o que foi feito, foi evidenciar um fato. Pôs-se pra observação no microscópio, algo que se vê a olho nu. Em menor ou maior grau, tudo aquilo que a televisão mostrou existe.
Acreditando serem libertos do mal, livres do pecado e seres que atingiram o nirvana da vida, os evangélicos vão vivendo como típicos cristãos, que dizem carregar em si, a verdade absoluta. Andam por aí, como peregrinos do único caminho a se seguir, e o que passar disso é de procedência maligna. A personagem da novela é só mais um estereótipo, exagera, mas mantém a essência. Existe. Que seres são esses? Incriticáveis? Acima do bem e do mal? Todos nós estamos a mercê das críticas e dos julgamentos de outrem. Porém ser criticado por um “pagão”, ou ímpio, é contra a estética protestante; nós não temos moral para pontuar erros dos ditos santos, pois eles têm a verdade, têm a salvação eterna, e nós, condenados estamos ao fogo eterno.
Edivânia, diferente de Lázaro, não enfrentou as autoridades por sua fé. Se ela realmente acreditasse que estava cumprindo a vontade de seu Deus, teria ido até o fim, principalmente quando Juvenal Antena apareceu. Ela não teria medo, continuaria cumprindo sua missão, tendo certeza de que seria recompensada, mesmo se morresse. Mas não, teve medo e ali, agiu feito Pedro, negando sua crença por medo, ou por que quer que seja. Há Edivânias espalhadas mundo afora, mais ortodoxas ou menos.
Tive o prazer de assistir a um espetáculo primoroso de música evangélica em julho passado na Praça da Apoteose, onde a voz da cantora líder soou, acompanhada de uma poderosa orquestra, clamando aos cristãos: “Quero ver o teu amor tão cantado, teu discurso encantador sendo encarnado...”. Eles, os cinqüenta componentes do grupo, pareciam pedir o fim da hipocrisia e um despertar cristãos. Pedido, ao que consta, ainda não concedido.
O que há de mais triste, nos cristãos, é algo que Cristo nunca ousou ter, a saber, o ar de superioridade. Sendo Deus, humilhou-se e se fez homem e toda a glória que recebia, repudiava-a, entregando-a ao Pai. Mas como natureza, uma fé arrogante produzirá seguidores arrogantes; pessoas que acreditam seguir o único e correto caminho tendem a achar que têm o “rei na barriga”, ou de maneira mais romântica, o Rei dos reis no coração. E assim segue a antiga e eterna máxima cristã do amor ao próximo, que não tem sido tão fiel quanto o pão nosso, mas tão faltoso quanto a paz nas ruas do Rio, que, a propósito, era o tema principal do citado espetáculo.