É proibido sofrer de amor não correspondido!

Porque amar, apesar de transitiva, é uma ação que pode
encerrar-se em si mesma. Pode bradar a própria alegria ainda que no meio do
escuro. Uma vez tomado o veneno cor de rosa, o corpo que se fere de tal
enfermidade se glorifica na pena, regozija-se na dor e descobre que o mal que
lhe tortura é, na verdade, a novíssima glória de seus dias.
Parem de exaltar a dor do amor, de dizer que fere e que
dói. E virem para o outro lado, para o lado da leveza, para o lado do sorriso
que a gente esconde de banda porque toda a felicidade nos corre as veias impunemente.
No fim das contas, amar deve ser feliz só porque assim é
e ponto final. Ou você vai dizer que trocaria os suspiros que tem dado pelos
dias de tédio e assistir TV sem nem ter um perfil que fuxicar com frequência no
FaceBook? Prefere toda a paz e segurança de antes a cada devaneio que alimentou
de estar ao lado do objeto?
Sofrer de amor é vida. É sentir-se aqui e ter vontade de
seguir adiante. Sentir e não só levantar zumbi de manhã e seguir maquinalmente em
tarefa atrás de tarefa. É tarefa, suspiro, tarefa, sorriso, tarefa, novela,
devaneio e mais um suspiro e mais outra tarefa. Ora, que amar é uma festa. Ainda
que de desaniversário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário