segunda-feira, 1 de setembro de 2008

No dragons!


Com um tanto de medo, curiosidade ou não sei mais bem, me pergunto o que será de nós no dia seguinte a qualquer um que vivamos. Não tenho receio de, ao perguntar isso, me entregar a pergunta clichê tão cantada por Beth Carvalho: “Como será o amanhã? Responda quem souber...”, porque essa pergunta tem um sentido todo novo a cada manhã, assim como as misericórdias, das quais não ouço falar faz tempo. E não me preocupo em perguntar o que será no tocante a mim ou ao meu dia-a-dia. O que muda se um negro assumir a presidência dos EUA, ou se há vida em Marte, e se Britney Spears é a rainha de lá... Pergunto o que será de nós, quando desistirmos dos nossos sonhos românticos; quando nos entregarmos à dura realidade; quando as crenças que nos sustentaram até aqui, perderem completamente sua força... O que será de nós?!

O que será de nós, enfim, quando percebemos que o fim do mundo é coisa do passado? Que ninguém vai voltar? Que essa história toda é mais um “boi da cara preta” que assusta crianças ingênuas apenas? O único que retornou até agora foi Gedai! E ponto. O que vai ser de nós? Criaremos novas fábulas? Novos contos de fadas e novos livros sagrados pra entreter e dominar? Queimaremos as milhões de Bíblias em todo mundo? Precisaremos de algum apoio, que seja. Vamos matar Platão de uma vez, e fazer com que sua cruz seja só mais uma lenda, como muitas outras que foram e são engolidas pelo tempo e esquecimento? Vamos voltar a ser homens “da caverna”? E lá fora, o que há? Desde criança que eu tento imaginar como seriam as coisas se nada existisse. Simplesmente, imagine o que existiria se nada existisse. Tente conceber um nada assim. Creio que essa tentativa possa ter algum teor de enlouquecimento.

O que faremos nós, quando nos virmos sozinhos na grande torre, sem dragão que nos possa proteger? É bom ter dragão por perto, ele nos salva da realidade, nós mantêm sonhadores e felizes protegidos pelo Maravilhoso Mundo de Disney, onde tudo acontece, que bom. Gosto de pisar nas nuvens, se um dia isso me fosse roubado não sei o que seria de mim.

As pessoas dizem que quanto mais alto nós formos, maior será a queda, e por isso, só por isso, deixam de subir onde querem. Penso que isso é um comentário comumente atribuído a gente envelhecida por dentro, como uma árvore podre e sem vida. Que prefere ficar de pés no chão pra sempre, com medo de cair. Cair é bom! Ajuda a crescer. No tempo que visitei Cristo, aprendi isso. Se cair, que se dane! Pode machucar, pode sangrar, mas terá valido à pena. Eu prefiro ter muitas marcas nas pernas e ter tido uma gostosa infância de correr pela rua, jogando queimado, bandeirinha e futebol - mesmo sendo “perna de pau” -, ter que tomar outro banho depois, ter apanhado por fugir do castigo, sonhar com a vida perfeita, com um amor de cinema, com uma carreira brilhante, do que me ver velho, num futuro qualquer resmungando feitos não feitos, não vividos, não sonhados. Eu lavo minhas roupas com OMO, porque eu sei que “se sujar faz bem”. Eu sonho, eu crio “fanfic” sobre minha própria vida.

Pra onde a gente vai?! Ora essa. Nem sei mais perdi o foco, e viajei na maionese mas postei mesmo assim.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Poesias assinadas sem pseudônimo nenhum, eu mesmo!!!

Jane Austen, conte minha história!

Eu te convido, vem.
Faz de mim como Elizabeth
Me dê um Darcy pra casar.
Fritswillian ou Mark, na Bridget.


Um dia levantei
E não olhei pra mim.
Peguei alguns conceitos
E jogeui no lixo.
Agora, sigo, mais feliz.
Sei que não sou dono do mundo.
Sei que não tenho o rei na barriga.
Nem mesmo o Rei no coração.
É Rei mesmo?


Às vezes me culpo pelo que penso.
Mas se penso já pensei!
E foda-se!

Luís Guilherme Lopes

Pequena antologia minha

Poesias minhas, assinadas pelo pseudônimo de: Pedro Alexandre Maurício.


Cale-se a minha alma!
Não grite por causa impossível,
Não se revire em mim.
Não me peça conselhos nem decisões.
Temos estado assim pra sempre.
Tremo só de olhar tais olhos castanhos
Olhos que não vejo muito
Queria vê-los mais
Mais e mais.
Até que de tanto olhá-los
Virassem só olhos.
Como deve ser.


Ah, Marinha.
Porque fostes tão cruel?
Me levou o que eu nunca tive.
Me tirou os olhos que nunca me olharam.
Me roubou o sorriso que nunca me foi dado.

Ah, Marinha.
Há tanto que te odeio.
Que te quero mal.
Que te culpo e te considero besta.
Mas de você tiro uma culpa
Que te dei e que você não tem.
Pois como pode ir embora
Aquele que nunca esteve?
Você só cumpriu mais uma de suas normas.
Eu é que sonhei de mais.

Mosca de padaria

Ó, mosquinha, que me ronda o sonho.
Olhe para mim e veja,
Note meu comportamento
Quando te vejo; raridade, mas te vejo.
Se é de padaria,
Bom seria, ser o creme ou o doce de leite,
Que teus sonhos rechearia.
Mosca, mosca de padaria.

Como me chamo?!
Lhe é engraçado, não é?
É que assim fica mais fácil pra você.


Se a vida fosse novela,
Eu seria um monte de bosta,
E isso seria bom de mais.

Pedro Alexandre Maurício

sábado, 14 de junho de 2008

Que caiam os tabus!


Cocô! Meleca! Chulé! Bafo! Cecê! Sexo! Frieira! Catarro! Perdigodos! Morte! Puxa, coisas inerentes à espécie humana e que são hostilizadas por nós mesmos. Fazemos cocô; fabricamos meleca; dependendo do tênis, ficamos com chulé; acordamos com minhoca na boca; se ficarmos alguns dias sem desodorante a axila arde; precisamos de sexo; às vezes rola frieira; vez ou outra, quando rimos escapa um catarrinho; se falamos rápido fazemos chuva; e, é claro, todos morreremos! Porque tanto “não me toque” para coisas tão comuns da vida humana? Paremos de criar tabus em cima das coisas onde não se deve havê-los! Que saco!

sábado, 17 de maio de 2008

As quatro estações da alma




No blog de Vinícius, encontrei um texto que me fez retomar um antigo pensamento que eu tinha e que deixei na gaveta, esquecido, junto com um certo livro, fotos de um segundo nascimento, cd's daquela cantara que volta e meia cito e camisas adiquiridas em encontros aqui e ali.

Quando estamos curtindo as alegrias e as festas do verão, não prestamos muita atenção nas coisas em volta da gente. Tudo o que notamos é o Sol e as pessoas douradas que vemos pelo caminho. É nestes dias de “beber água” que nos vem chegando um ventinho ameno. Um céu avermelhado nos estonteia e não percebemos que cada dia vai ficando mais frio. Devagarzinho, de maneira muito sutil, o frio do outono vai se fazendo presente e cada vez mais forte. E nós, tão preocupados em colher frutos, nem percebemos as mazelas que virão. No começo é legal, mas depois tudo vai ficando mais frio. Outono, sutil estação que introduz o frio.

Os ventos vão ficando mais gelados, tão gelados que não podemos suportar. Casacos, luvas e cachecóis! Frio! Ausência de calor. O outono se vai, dando boas vindas ao inverno, que vem sem piedade. Suas negras nuvens escondem-nos o Sol, roubando-nos a luz. As árvores estão mortas, as flores caídas. Neblina. Noites que vêm mais cedo, gente escondida dentro de casa. Mares de ressaca. Frio! Gelo. Neve. A neve domina tudo. Os rios congelam. Achamos que não vamos suportar. O frio é intenso, desesperador. Nossa alma se aflige, nos desesperamos e choramos.

De repente as nuvens vão ficando menos densas e percebemos um dourado raio a atravessá-las. Esse raio, deita sobre a árvore morta, e de um de seus galhos uma folha verde começa a nascer. A neves derrete. O rio vai ganhando seu movimento de volta. As nuvens se desfazem por completo! O Sol volta a reinar impetuoso e quente. Forte, grande rei. Astro Rei. Dando-nos sua luz, seu calor. Não mais luvas, não mais casacos, não mais cachecóis. Primavera chegando, com todas as sua flores. Colorindo o preto e branco invernal. Reinando como esperança.

O sol permanece, se faz ainda forte! O verão retorna às nossas vidas. Praia, sol, festa. Calor. Rio 40º! Tudo em paz, calmo. Hiperbórios! Mas logo chegará o outono. Esta é a vida! Um grande vale. Montanhas e depressões (geográficas)! Sempre será assim!

Vinícius, feliz aniversário pra ti, meu mais novo amEgo!

P.s.: Desculpe, mas naum pude me furtar o imenso prazer de representar as estações com essas fotos que acompanharam minha adolescência e continuariam acomapnhando minha vida toda se não tivessem se separado. Sandy e Junior: tah aí o meu ponto fraco. Calcanhar de Aquiles! Aff "P.s." grande, né?!

sábado, 10 de maio de 2008

Cordas e caçambas


Se jogamos a caçamba, a corda vai atrás. Lei natural, é claro. A caçamba se enche d'água e com a corda a puxamos de volta. Existe uma camada de algodão. Ainda existe. Aos trancos. Existe. Quando queimamos o que não se deve, quando usamos o que não se deve, jogamos onde não se deve, causamos problemas a essa tal camada formada de ozônio. Ela se abre, ferida. Processo simples: se bate e se machuca, tira sangue ou faz coagular, sendo o segundo ainda mais problemático. O que devia, então, proteger-nos dos raios ultravioletas, emitidos pelo Sol, vê-se incapacitado de exercer sua função. Matou-se Cristo, que queria salvar. Matou-se Socrates e Tiradentes que libertar queriam. Esburaca-se ozônio que quer proteger. Assassinatos de heróis. "Herocídios"?

Uma coisa leva a outra. As imbecilidades que fazemos causam um rombo onde não devia haver nenhum;
esse rombo permite com que os raios indesejosos, quando em excesso, nos atinjam e não só a nós como também às calotas polares, que por sua vez derretem. Onde enfiaremos tanta água? Ah, sim. Quão obtuso! Nas nossas casas, é claro. Nas nossa salas! Nos nossos carros! Nas nossas empresas! Nos nossos desodorantes a seco! Nos nossos narizes e pulmões. "Fim da odisséia humana na Terra".

Se o grande físico já nos dizia que pra "toda ação há um reação", não ignoremos esse ensino. Se batermos em alguém natural seria que apanhássemos em seguida, a menos que nos fosse dada a outra face. Mas a natureza já tem sido cristã por muito tempo. Agora ela deixou os princípio de Cristo e decidiu contra atacar, pagar na mesma moeda. "Olho por olho, dente por dente", assim dizia uma máxima do Antigo Testamento que é retomada nessa era por uma "mãe" cansada da ingratidão dos filhos. O Greenpeace já vem alertando, a WWF fazendo coro e uma galera mais de vozes em barítono, contralto, agudo, grave... Lá, dó, ré, mi, fá, sol, lá, si. "Escarra nessa boca que te beija", as palavras de Augusto dos Anjos, que tanto intrigam quem as lê, resumem o que temos feito com quem só nos quer bem...

Aos olhos da natura, arranha-céus são os fortes, automóveis tanques de guerra, chaminés são canhões
a bombardear o céu. Armamento bélico, nisso os homens somos bons. São serras, balões, esgotos, energia elétrica, gaz carbônico... Um exército ainda mais poderoso que o israelense, o da natureza. Contra sua fúria não há nação que resista, haja a vista os tornados que destroem por aí. Exército "mui forte e poderoso em guerras".

Que guardemos os livros! Talvez não possamos transmitir séculos de evolução intelectual para os
próximos seres que vierem após nossa extinção. Se não morrermos destruídos pela resposta da natureza, morremos de fome. E quanto a isso, basta que se diga que é mais uma série de ciclos viciosos, onde uma coisa leva à outra e assim sucetivamente, num ciclo sem fim. Isso é ser humano. Isso é o ser humano. O ser desumano. É hora de desacelerar e desaquecer as turbinas. Ir às ruas pra que se estabeleça uma Revolução Desindustrial, até mesmo para que aqueles que conseguiram, pra sim, muito dinheiro, utilizando o que é de todos nós, tenham tempo e mundo para gastá-lo.

domingo, 4 de maio de 2008

Hairspray!


Palmas! Palmas e vivas! Filme fantástico, como há muito não vejo! Emoções semelhantes tive quando assisti “Uma linda mulher”, “A noviça rebelde”, “Moulin rouge”, “Rei Leão” e “O Diabo veste Prada”. Estou estasiado! Muito mais do que gente dançando e cantando.

Fala sobre uma coisa que eu já falei por aqui, aceitar o diferente! Uma garota gorda que alcança
o sonho de brilhar num programa de dança, quebrando os padrões e abrindo portas para o futuro. O filme se passa na década de 1960, mas sua mensagem é completamente voltada para os nossos dias. Não há mais padrões. Os moldes caíram por terra! A festa das diferenças deve ser louvada! Brancos e negros! Gordos e magros! Cada um como realmente é. “Não se pode impedir o presente...”

“Amanhã vai ser outro dia... A minha gente hoje anda falando de lado e olha
ndo pro chão...” Impossível não usar o mestre da luta contra a opressão, Chico Buarque de Holanda! Hoje, não há mais Hitler ou Stalin, salazarismo ou ditadura, mas há, ainda, repressão! Moda ditada. Ditadura da moda! Padrões instituídos, graças a Moisés. Que sejam derrubados, todos! Que sejam seguidos até. São um pouco importante, mas não como exemplo de única conduta louvável. Vida Nova! Chega de modelos magricelas! Chega de comercial de pasta de dente com gente branca! Chega de comercial de tintura pra cabelo com apresentadora brasileira dublando a própria voz! Chega de tudo isso que nos persegue! Quando vamos perceber que o “novo sempre vem”, como Elis cantava? Nossos conceitos fedem a mofo! Oswald de Andrade, Freud, Frederico Garcia Lorca, Madonna, Marcos Bagno, é no jato desse povo que eu quero viajar! Vanguarda já!

Dá até vontade de sair gritando pela rua: “Não se pode impedir o presente..” Aceitem o presente!Vivamos o novo! Recriemo-nos! Reinventemo-nos, né Madonna?! Somos cheios de vida. Deeuforia! De força! Por que você acha que a maioria dos personagens era composta por jovens?Porque fica mais bonito?! Não! Porque os jovens são fortes, cheios de vigor e tem a vida todapela frente. Segundo o apóstolo João, Deus escolheu os jovens por que estes são fortes! Fala dejovens de espírito! Não sejamos velhos e mau passados, nem amemos o passado! Pra quê ter saudade do obsoleto? Pra quê continuar vivendo o obsoleto? Se o obsoleto é obsoleto, deixemos ele de lado! E lembro da velha músiquinha das manhãs dominicais da infância: Nós somos jovens, jovens, jovens. Somos do exército. Do exército do céu.” Do céu, da terra, do ar, da montanha, do gueto, da rua Farme do Amoedo, de São Franciso, da Rocinha, da “Madame Formosa”, da balança lá em cima. Somos do exército das diferenças! Aceitemos o NOVO! Construamos o novo! Mudemos! “Não se pode impedir o presente...”, ele vem feito trem, feito avalanche, feito água. E nas palavras de Barbárvore: “Deixem o rio correr!”

Um filme fabuloso, encantador. Libertador a cima de tudo! Mas é necessário ser dotado de visão, tipo, terceiro olho para ver as maravilhas incutidas nessa obra de arte, comercial e alternativo ao mesmo tempo. Veja além do que aparece. Não seja inocente!

A marca de muitas lágrimas

 Desta vez, me coloco na berlinda, humanizo-me. Mostro minha alma. Não penso no coletivo, agora. Estou sendo liberal, pensando só em mim, não absolutamente: há uma segunda pessoa.

Minha mãe estava ouvindo um cd da Nana Cayme quando eu acordei e fiquei na sala,
sentado. E a Nana cantou: “Aconteceu um novo amor, que não podia acontecer...” Meus olhos encheram de lágrimas e meu coração se viu atormentado. Minha mente lembrou do algo que eu estava querendo evitar. Comigo não foi um “novo amor”, mas um outro velho, não vivido e que foi renovado. Estava adormecido e acordou, como urso na primavera. Olhos que se cruzaram num instante muito breve; e a saudade que há muito fora guardada fez-se amor de novo.

Os mesmos tremores, o coração acelerado, a cara de abobalhado e a euforia de um
adolescente de 12, 13, 14, 15 e 16 anos. Todos que amam ficam assim, ou, pelo menos, deveria ficar.

Um dia me chegou uma notícia muito cruel, uma transferência na empresa de seu pai
afastou de mim o amor de minha vida. Empresa desgraçada! E pior é que o mundo inteiro a conhece, meu avô era funcionário dela e primos meus se enveredaram por ela. Até eu já pensei nela. E eu, que sempre estive em silêncio, permaneci calado. Vi partir a minha alegria. Vi ir embora o meu Sol. O eu-lírico de “Ilusão” de Sandy e Júnior” pode ser facilmente ligado a mim” Foi embora pro extremo sul do país e comigo guardei meu sentimento, arraigado! Firme em meu peito, minha mente, em mim. Nunca te esqueci! Ainda te guardo!

Muita coisa aconteceu, muita mesmo! Vivi, descobri, contei, confessei, segui, perdi, ganhei, fui e voltei, aceitei, converti, desconverti, continuo vivendo e ainda há em mim, pedaços de Sol. Mesmo quando entrei numa de tentar mudar os possíveis objetos do meu amor, o sol me iluminava. Fiz tudo isso, mas continua aqui.

Eu vivo dizendo aqui, no blog, que não podemos adiar a vida. Que esta deve ser vivida
de VERDADE e, no entanto, eu mesmo não o faço. Fico sentado, observando minha vida, de camarote. Como ouvinte, receptor somente. Calo! Cristo me ensinou que a cada dia basta seu mal e que devemos viver o dia, não a semana. Aprendei com os humanistas que devemos aproveitar o dia, pois tudo vai acabar. Cecília me fez perceber que muitas vezes agimos como crianças e ficamos em dúvida sobre o que fazer, mas que não se pode fazer duas coisas ao mesmo tempo; há que se escolher entre isto ou aquilo. Escolho viver, aproveitar o dia e falar! Falar sim. Já falei coisas mais complicadas com diversas pessoas. Por que não posso falar sobre um assunto que conheço desde os meus doze anos? São três palavrinhas: Eu te amo. Simples. É só respirar e dizer. Faço isso desde que tenho dois anos. Falar! Abrir a boca, pronunciar algumas palavras. Isso não mata! Melhor falar, dar a cara. Mergulhar pra ver o que acontece (dica da tia Lya). Mesmo que eu me dê muito mau. Acaba com a dúvida e com as ilusões bestas. Ou quem sabe, não encontro a felicidade que nem mesmo o céu, o mar ou mágico chinês conhecem... Mergulharei!

Confio em Deus
! Pedi a Ele que me desse uma oportunidade, onde eu pudesse dizer o que sinto. Ele me atenderá e eu espero não amarelar! Falarei. Tenho pouca esperança, mas preciso matar uma tal de dúvida que cisma em me perseguir. E seu eu tivesse contado?

Há alguns anos, rolava pela Internet a história (ficcional) de um rapaz portador de uma doença terminal, que era apaixonado pela menina que trabalhava na loja de cd’s. Então ele ia todos os dias comprar cd e sempre pedia a menina que embrulhasse pra presente. Ela, dedicada, fazia lindos embrulhos, todos os dias. Cada dia um mais lindo que o outro. Ele nem mesmo abria os cd’s, chegava em casa e os jogava no armário. E no outro dia a mesma coisa. Um dia ele morreu. Sua mãe arrumando suas coisas encontrou vários embrulhos muito bonitos e resolveu abrir pera ver que cd’s eram aqueles. Encontrou dentro de cada embrulho um bilhete da menina, que declarava seu amor ao rapaz.

Não quero perder a oportunidade de ser feliz ainda em vida!

Obs.: A primeira foto é tirada da capa do livro "A marca de uma lágrima" do autor Pedro Bandeira. Leitura recomendada.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Família!








Sempre me pego questionando a vida. Pensando nela, mas, assim como os filósofos, nunca encontro resposta ou soluções. Indagações e problematizações são tudo o que consigo alcançar. Continuar buscando! Algumas coisas muito me intrigam, a tal da crise existencial vez ou outra me toma de assalto. Fico pensando de onde vim e para onde vou. Mas principalmente me entrego a pensar o presente. O passado já foi e o futuro ainda virá. Vivamos o que "está"! Penso no que fazemos com nossas vidas e no como vivemos em família, onde as pessoas tem os mesmos defeitos que nós (isso é duro demais).
Família, tá aí o assunto do qual vou falar. Vejo famílias sombrias, distantes e nem sei... A família foi instituída por Deus, no extinto Edén? Se foi, as famílias que vemos hoje, não se distanciam do protótipo que foi a primeira. Uma mulher que leva o marido a ruína, um irmão que mata o outro por inveja, ou ciúme - Caim não é de todo um monstro, mas uma criança (interior) ferida! Abel era o favoritinho, né? -, problemas aos quais toda família está sujeita, em maior ou menor grau. Ah, descobri que tudo é tudo em maior ou menor grau. Sou antidogmático até fazer bico! Eva, a pobre não teve sabedoria, fez o marido comer o que não devia. Isso reforça em muito a máxima: "Por trás de todo grande homem, há sempre uma grande mulher." Obrigado Eva! E não estou sendo irônico! Conhecimento! Ia me esquecendo do primeiro divórcio! Lilith deu um pé na bunda de Adão, por isso Eva foi feita! Desde que o mundo é mundo, há divórcios! Primeira família, que grande exemplo de família!
O jantar? Ah, o jantar no Brasil, ou pelo menos em todas as casas em que já estive neste horário sagrado, é acompanhado pela novela das oito da vez. Famílias! Família que conhece de cor a música tema da abertura do folhetim, mas não conhece a filha que, quieta, escreve em seu caderno de versos. Vai do garoto, que passa horas no computador, à mãe, que se esconde atrás dos livros de banca de jornal, sonhando ser raptada por um romântico e forte limpador de piscinas da casa da Barbie. Vai do pai, que só quer assistir ao tele jornal e ao jogo de futebol nas Quartas e Domingos e nos outros momentos precisa descansar, à menina, que de saco cheio do irmão e dos pais, se tranca em seu quarto e, com o rádio alto, repete as rebeldias das músicas que ouve. Uma típica família do século TODOS (em algarismos romanos). Com uns ajustes temporais aqui e ali; podemos encontrar umas diferenças, como computadores e rádios. Mesmo sem essas maravilhas da modernidade, as famílias foram o que são hoje.
O nosso mal é crer que o mundo vai caindo. Morra Baudelaire! De novo? O mundo não caiu pois nunca esteve em pé. Nunca houve Idade do Ouro ou Paraíso! Se houve, fomos destituídos disso tudo muito cedo, tanto que nem dá pra sentir falta. Ah, Freud! O mundo é assim desde que é mundo! Lá em casa tá todo mundo antenadíssimo na história da Isabella - que esteja em paz -, aí minha mãe diz: "Isso é o fim dos tempos!" Mentira! Quando vamos perceber que sempre será o fim dos tempos? Godot? Cadê ele? Meu, pais matam filhos há muito! E filhos matam pais, também! Isso não é novidade o que é novo, ou pelo menos nem tão novo assim, é uma tal de Globalização, que trás tudo o que acontece no mundo pra pertinho da gente. Como se tivesse acontecido alí, na esquina. Como o caso do mexicano que ASSOU o filho de dois MESES no microondas, ou o caso do austríaco maníaco (tive que fazer a riminha idiota), que fez a filha cativa e a possuiu como homem e teve com ela sete filhos! Atrocidades! Mas nada é novo! Nem mesmo essa história de aquecimento global, destruição do mundo. Já aconteceu, se não tivesse acontecido nossos amiguinhos dinossauros ainda estariam aqui pra contar a história e não só as baratas. Como disse uma vez a lenda viva Dercy Gonçalves: "Sacanagem não é novidade, já existia desde os tempos de Sodoma e Gomorra." Concordo, tia Dercy. Deixemos de ser hipócritas e paremos de criticar nosso tempo, como se ele fosse a culminação de todos os males. O que acontece hoje é mais um reflexo de tudo o que aconteceu antes, do que uma novidade, do que um prelúdio da retorno de alguém. Aff. As famílias não decaem, mas mantêm o padrão de sempre, em - e volto a dizer - maior ou menor grau.
O que nos resta fazer, já que tudo isso vem desde antes de nascermos? Sentar e ver tudo assim? Não existia telefone, mas o homem criou; não existia carro, hoje tem! Então, devemos aceitar o fatalismo de que "tem sido assim e assim será" ou faremos algo pra mudar este quadro caótico que se formou desde o instante em que Adão foi feito? Mudar, é claro! Mudar é algo tão bom! Vamos ver nossas relações familiares no brejo enquanto assistimos as idiotices de "Juvenal Antena"? Ô "personagemsinho" nojento! Não podia me furtar o prazer de falar mau dele. Não! O que vamos fazer é levantar, desligar a TV, você sabia que ninguém morre se fizer isso?! Levantar do sofá, Homer Simpson, e ir ver a filha que escreve versos enquanto chora por falta de atenção, ou o filho que está ficando viciado em jogos e com miúpia. Vá comprar flores pra sua mulher pra ela parar de sonhar com o "membro trêmulo de Reginaldo", pra ela ver que a vida dela pode ser como a da Sabrina ou como a da Bianca, que ela tão avidamente lê. Leiam juntos "viva um caso de amor com seu marido"! Deixe o Flamengo e o Batafogo pra lá e saia com sua família! Não gaste muito, vá à praia! Alugue um filme para verem juntos e joguem o "Jogo da Vida" juntos! Discutam! Quebrem o pau. O lugar disso é na família! É sadio quebrar o pau! Saiam do superficial e digam o que os "emputecem". "Poxa, pai, não dá!" "Meu filho, você está demais!" Mas discutam, deixem fluir e não fiquem no superficial! Tá bom, falo como se fosse ótima minha relação familiar, como se minha família fosse a Weasley. Tah, minha mãe até que me lembra a Molly. Vivemos na vida real! Dói saber isso, né? Também dói em mim. Inevitavelmente sou obrigadíssimo a recorrer aos Titãs: "Família, família... família é, família, ah, família!"

sábado, 19 de abril de 2008

Eufemismos idiotas!


Aula de português: Efemismo, um dos recursos estilísticos que usamos diariamente, consiste, basicamente, numa maneira de dizer algo ruim de fomra mais branda. Uma forma de suavizar o que tem de ser dito, pôr "pano quente". Exemplos: A) Seu avô foi morar no céu (morreu). B) Suzane está vendo o Sol nascer quadrado (presa). C) Seu colega faltou com a verdade (mentiu).

Como você pode perceber, as expressões em destaque são eufemismos e estão representando as palavras entre parênteses. Você também é capaz de notar, pois você domina sua língua e essa língua te conta coisas, que assim fica melhor dizer as coisas. Não é mais agradável que uma criança ouça que seu avô foi morar no céu, do que seu avô morreu? Não é preferíveil tornar o fato de uma jovem ter matado os pais e ter sido condenada a anos de prisão uma situação mais leve, até mesmo com um tom de brincadeira? Você preferiria ouvir que seu colega é um mentiroso ou que ele faltou com a verdade? Eufemismo nada mais é, do que a arte de pegar algo feio e dar-lhe uma nova roupagem bonita, mais agradável. Não é isso que a gente sente em relaçao a eles? Acabou a aula, tchau, Sérigio Nogueira e Pasquale Cipro Neto. Permaneço, agora, com o Bagno! Hehehe!


Muitas vezes me pego empregando e vendo pessoas empregarem eufemismos completamente idiotas e que acabam por ofender ainda mais numa tentativa vã de "tapar o Sol com a peneira". Essas pessoas não tem o que fazer? Essas pessoas somos nós mesmos. Ai, isso cansa. Como somos burros e hipócritas. Se queremos falar da empregada doméstica com alguém, usamos: "A menina que me ajuda lá em casa..."; o que há na profissão "empregada doméstica" de tão feio, que precise de um eufemismo? Ah me respondam! Se queremos falar de Isabel Filardes, dizemos: "Aquela atriz escurinha...". Escurinha é uma pinóia! Ela é NEGRA! Porque querer esconder um nome tão bonito? NEGRO! NEGRA! Uma palavra que tem uma sonoridade tão linda, jamais deveria ser trocada por, por exemplo, "marronzinho". Como já tive o desprazer de ouvir. Efemismos idiotas! Aff, haja paciência! Quando vamos falar de Elton John, dizemos: "Aquele cantor homossexual...". Muitos vão cair na minha pele, mas muitas vezes percebo que a palavra homossexual traz muito mais proconceito e afastamento do que "gay", "viado", bixa". Algumas pessoas ao impregarem o termo "homossexual" parecem estar pisando em casca de ovo. Com medo de não parecerem preconceituosos. Mas na verdade são muito mais livres quando podem dizer "gay" ou "boiola"; e o fazem sem nenhum tom de pejoratividade. Que há de mal na palavra "gay". Quer dizer, alegre! "Eu sou um pouco acima do peso." (Gorda)

Ah, por favor! Paremos com isso! Paremos de usar esses eufemismos sem nexo.
Eles só servem pra perpetuar em nós os preconceitos. Não temos eufemismo pra Gisele Bundchem ou pro Willian Bonner! Eufemismos idiotas não!!!! Chega de empregá-los no dia-a-dia. Devemos deportá-los pro subúrbio da "Portugália". Aposto que Emília concordaria comigo (é que to lendo "Emília no páis da Gramática", excelente leitura, procurem no google, seguido de "download").

A empregada lá de casa deu uma faxina que deixou tudo brilhando.


Isabel Filardes, negra, é atriz e uma mãe espetacular.


Elton John, o primeiro gay inglês a se casar com um homem, compôs "My song", uma música de excelente qualidade!


Eu sou gorda e sou feliz por isso!


Assim fica bem melhor! Cada um sendo o que realmente é, sem nomenclaturas imbecis! Lembre-se: Somos seres humanos e não mercadorias numa prateleira de mercado.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Superficial





Uma amiga mutíssimo querida e especialíssima pôs no perfil do seu orkut uma linda poesia de Chico Xavier, que diz que podemos fazer tudo mais ou menos, ter uma casa mais ou menos e uma série de outras coisas, mas o que não podemos fazer é amar mais ou menos, nem viver mais ou menos. Isso faz morrer. A vida nos foi dada como um presente, algo pra que cuidemos com amor, afinal de contas nos pertence. Sei que é difícil falar em viver de verdade em tempos como este. Capitalismo, dinheiro, trabalho trabalho trabalho. Esquisito, né? Uma construção assim, sem vírgulas: "trabalho trabalho trabalho"; acontece que vírgulas representam pausas e pausa é uma coisas que não costumo ver meu pai fazer. Parar de trabalhar e descansar são coisas que não vemos sempre. Dormir é mais um processo do sistema. Não paramos pra ver os amigos que amamos, nem pra cuidar da máquina, que somos nós. "Parar pra pensar, nem pensar." (Lya Luft).



Adiamos. Adiamos a vida. Quando vamos viver? Quando realizaremos nossos sonhos? Quando vou andar pelas ruas de Londres, e tirar foto com o Rio Tâmisa no fundo? Quando vou poder postar uma foto no orkut e na legenda escrever: "Eu em frente as 95 Teses." ou "Eu na Opera House."? Quando vou parar e finalmente escrever meu livro? Quando vou viver? É casa pra arrumar, faculdade pra ir e estudar, coisas banais que vão nos assaltando o pouco de vida que temos. Sim, faculdade é banal! Mais um aparelho. Ainda bem que minha mãe não lê meu blog! Será que viverei antes ainda de virar pó? Porque virarei. Cedo ou tarde. Queira Deus que seja tarde.Terei então uma segunda chance de voltar? Seria melhor não precisar voltar, mas vivendo, assim, pela metadade fica muito difícil cumprir missões.



A gente vive assim, deixando a vida correr como água entre os dedos, mas é hora de "pegar o touro pelos chifres", né Lya (amo essa mulher)? Sair um pouquinho de dentro de casa e viver só pra ser feliz, mais nada. Tem uma comunidade no orkut: "Vou ser feliz e já volto.". Ir ali e ser feliz, viver um pouquinho que seja. Mas viver de verdade. Não essa vida de fabrica, com suas técnicas monótonas e nojentas. Faz o vidro, enche de picles, tampa o vidro e põe o rótulo. Uma hora vamos cansar, vamos explodir. Quem viu esse episódio das Meninas Super Poderosas sabe do que estou falando. Não dá pra viver essa vidinha fabricada, mas como vivo outra? Alguém me ensina. Alguém me salva! Heróis? Qual deles? O herói burguês do Vercilo que agüenta os peso das compras do mês? Não obrigado! Desses tenho dois em casa. Será que há um herói cigano, que não esteja nem aí pra essas merdas instituídas por nós mesmos. Heróis avessos ao pensamento coletivo (Não falo do Thiago), ao espírito de manada (Lya de novo), mas heróis que percam tempo pensando a vida, que percam tempo pensando no coletivo (agora, sim Thiago). Heróis que repensem o mundo, e nas questões que nós simplesmente aceitamos como verdade absolutas. Não! Basta! Ninguém, vai me prender mais! Vou queimar meu cosmo até atingir meu 8º sentido e me libertar dessa vidinha de bosta que me mandaram viver. Afinal sou um Cavaleiro de Athena!



Sabe há quanto tempo eu to afim de ir ao cinema, mas não vou? Puxa, o último filme que assiti na telona foi Harry Potter e a Ordem da Fênix em julho passado! Aff, é muito tempo. Não, é pouco tempo mesmo! A vida vai passando e a gente se esquecendo de fazer o que quer e o que relamente faz bem a alma. To cansado. To estafo. Puto com o CR. Puto com as coisas que regulam a gente. Não somos números. Não somos créditos, nem moeda. Somos seres vivos! Vivos! E não zumbis como temos sido! Chega de dançar "Triller"! Chega de passivismo. Ser passifico é uma virtude, mas passivo é uma vergonha! Quero sair da taba, já que não me elegeram a garota do fantástico, e vou mostrar minha cara já que a porra tupiniquim não se mostra! Cansaço. A correnteza nos leva para o habismo. É tranquilo, é calmo ir como todo mundo, não ser diferente é confortável, mas leva às sete quedas. Imagine o que seria de nós se Cristo tivesse sido igual. Ou Buda. Ou Tiradentes. O que seria de nós brasileiros se a Princesa Isabel fosse igual? Seriamos um país de escravos, todos nós. Não sobraria um "sinhô", nem mesmo uma "sinhá"! Não que nós brasileiros não sejamos escravos, mas essa é outra história que o Tio Sam sabe melhor que a gente. Tio esse que tá bem cansadinho também.



Vida superficial, brincamos de viver. Somos todos piscianos! Realidades alternativas o tempo todo! Lemos nos romances, vemos nos filmes e nas novelas, programamos o futuro, mas quando chega a hora do "start". Push start button! Enjoy the life! Nesse game não tem password nem memory card, não pode haver macetes e nem apelação, mas o "game over" é certo. A única certeza. Mas pra saber o que acontece nas fases é necessário dar o start, e enquanto a gente não dá, entra o jogo demo da máquina, assim jogam por nós. Isso mata. Quando vamos viver, PORRA! Quando você vai levantar desse raio de computador e fazer algo que realmente valha a pena? E quando eu vou fazer isso? Quando vamos abolir o "msn" e ir procurar o amigo, e olhar nos olhos e sorrir e beijar e abraçar e dizer o que sente com o tom da voz, com a expressão do rosto, com o brilho no olhar, com a vida sendo vivida de verdade? Mas que porra desgraçada essa! Nessas horas é que sentimos vontade de dizer aquilo que Maurício de Souza escreve assim: "§@#$%*". Mas eu escrevo assim: Puta que pariu! Caralho! Estamos fudidos condenados ao "game over", sem direito a continue e o pior, sem termos de fato jogado. Até quando você vai viver a vida que escolheram pra você viver? Até quando, meu caro?! Como cantariam meus queridíssimos Sandy e Junior: " Dançar, correr, ação total. Aproveitar o que legar, fazer o que quiser fazer. Saber viver é um dever."

"Libertas quae sera tamen". Nossa bandeira!

Ps.: Demorei tanto a postar este texto que até ja fui ao cinema.

domingo, 30 de março de 2008

Igualdade é uma farsa, é necessário aceitar o diferente



Eu não quero o igual! O que é igual cansa e estagna. Somos todos diferentes, e de maneira notória, a priori, pela aparência, mas também o somos pelo interior, pela alma. A igualdade é uma hipocresia que nos apriziona há séculos. Não quero ser igual. Como seria o mundo, se todos lessem o mesmo jornal e os mesmos livros, fizessem a mesma faculdade e se baseassem nos mesmos pensadores? O que seria de nós, se tivessemos de seguir uma mesma cartilha e rezassemos uma mesma Verdade?



A normatização do mundo é de interesse, única e exclusivamente, humano, que é ávido por ver no outro um espelho e quer que todos lhes sejam iguais. Quem garante que as dez ordens são de cunho divino e não do outro, querendo unificar a massa? Teve testemunha no alto do monte? Os gregos criaram uma forma igualitária para se falar sua língua, isso para demarcar os povos que tinham dominado. Assim, a igualdade se mostra como um fator de dominação, se somos iguais, seguimos algo, obedecemos, dominados estamos. "Igualizar" é fazer com que façamos parte de um só rebanho, um só aprisco; é fazer, também, com que tenhamos um só senhor. Igualizar é escravizar, é domesticar é massacrar.


Se o próprio Deus perdeu preciosos minutos de sua eternidade, fazendo de nós seres diferentes, seres diversos e únicos, como seremos, nós, ingratos ao ponto de negar todo este trabalho divino? O Criador se empenhou em fazer-nos absurdamente diferentes, cada um de nós, em cada detalhe do nosso corpo e do nosso interior. Ele cuidou para que fossemos diferentes e não iguais. As listras de nenhumas zebra são iguais as das demais.


Diferentes, é o que somos por excelência. Igualdade é mentira, não é a toa que o socialismo é uma política falha, muito linda e romântica na teoria, mas sucumbiu na prática. Não temos, todos, de ser magricelas ou ter olhos azuis; nem precisamos, todos, de ter os mesmos sonhos. Há muitas árvores diferentes e mesmo as ditas iguais são dferentes. Não existe igualdade, ta aí uma coisa que nunca existiu. Eu ficaria louco se todos fossem iguais; eu, ainda hoje, não consigo identificar quem é quem no meio de duas irmãs gêmeas que conheço desde que me entendo por gente. Imagine se igualdade fosse uma verdade.


Somos diferentes, não há como negar. Haja a vista, que somos em negros, brancos, pardos, índios, nipônicos, vermelhos, arianos, homens, mulhers, g's, l's, b's, t's, definitivamente, indubtavelmente, diferentes. A diversidade é algo tão presente na vida dos seres humanos quantos os próprios; a carência no tocante a ela é sua aceitação. Aceitar o diferente nem sempre, ou melhor, nunca é agradável. Aceitar o que não é nosso é algo doloroso. Não quero que o mundo seja igual! Quero o mundo assim como ele sempre foi, diverso; e acrescido de aceitãção e compreensão aos montes. O que é igual não tem graça, não tem sentido, é morte. A diversidade de cada engrenagem, que somos nós, é o que dá movimento a este grande relógio, que é o mundo. Para a História acontecer e ter o seu curso, é mister que giremos. Imagina só se todas as engrenagens fossem iguais... Como se encaixariam? Acabou!

sexta-feira, 28 de março de 2008

Embalos das noites noturnas.


No lábio molhado permanece o outro. O hálito transformado pela boca do outro; o hálito que , perdurando, sinaliza a marca que deixa um beijo. Dançando junto, beijando junto, confessando junto, "Have you confessed?". A vida noturna é assim, arranhões que marcam, mas somem logo. A vida noturna tem disso, de estar junto e só. Ir pra casa só. Sozinho e só. Um momento, outro momento; só momentos. Só lamento! Não há o que falar, não há o que ouvir, não há o que entender. Há o que ser, há o que viver, há o que deixar rolar. Não há mais nada. Nada é nada. Tudo é nada. Nada é tudo e tudo é tudo.

Terra em trevas, a meia luz, a jogo de luz, a som, a calçados sujos. Cabelos enfumaçados, cigarro e gente. Roupa suada. Copo vazio! copo cheio de novo. Olhos serrados. Panturrilhs cansadas. Pés presos nos tênis da modinha. Blusa molhada! Também cheirando a cigarro. Fumantes. Ativos e passivos. Me encaixo entre os segundos. Do auto, da pedra de dança, gorgonzola e mussarela de bufala, sou rei leão, no ciclo sem fim. Vejo o mundo. Possibilidades. Pessoas animadas. Gente alegre. Com as mãos pro alto, sendo assaltadas, de suor, de energia e de sensibilidade nos tímpanos. Vejo gente rindo. Deve ter gente chorando, triste, mas não procuro por isso. Procuro copos, assaltos da pista.


Tanta gente bonita! Tanta gente feia! O que é feio e bonito? Quem decide? Hollywood e Paris? Quem decide o belo? O esteticamente belo? Kant? Quem sou eu...! Cabelos despenteados, "All Star'' branco, preto. Banheiro fedorento, sem papel e molhado. Ar condicionado inútil, tentativa de frio fútil. Caipirinha, vodka, vinho e cerveja, quando sem verba. Ingerindo açúcar na bomboniere. Cantando "Like a prayer", "All by myself" e "Preciso de Ti". Tudo é festa. Fila é festa. Amigo de fila, vira contato do orkut. Amigo de amigo passa a ser amigo. Sentar e rir. Rir do gogó alheio. Aff! Vida que segue. Lora de pé gigante!

Dança, dança, dança. Isso é nome de novela? Sei que há um Senhor, um Senhor DJ, nem Buba, nem Mp4, nem Malboro, que seja. Um DJ maior. Que toca há seculos, que toca música para dançarmos. "If God is a DJ, life is a dance floor." Frase mais certa que há. Dancemos todos, dancemos conforme a música!

quarta-feira, 26 de março de 2008

Como ser feliz...



Pra começar a conversa, sorria. Isso. Se permita sorrir, mostre seus dentes: lindos, brancos, amarelados, trepados, careados, com aparelho ou até mesmo sua dentadura; mas seja livre pra mostrar suas "cangicas"! Olhe pra sua vida e perceba que nada é como você sonha ou planeja; que o cara certo ainda não apereceu e que os cavalos brancos, de hoje em dia, estão tão encardidos quanto calcinha de mulher porca, enfim, perceba a grande bosta que tem sido sua vida - se estiver vivendo um mar de rosa, pare de ler, então - e ria disso. Gargalhe e grite. Se for muito triste, cate um amigo e remoa com ele. Mães são ótimas nessas horas.

Delete do seu computador todas as fotos roubadas do orkut do ex, ou, ainda, as daquela garota que você conversou no bate-papo e nem te deu bola, só te add pra aumentar a rede. Delete também os "mp3" de "All by myself" e companhia. Faça brigadeiro! Uma lata só pra você, espere até estar sozinho. Delete, ainda, os "Meus registros" do MSN, pra não ficar relendo conversinha com ex-amigo falso e nem com quase-affair.

Assista à "Seção da tarde", filme calejado faz bem. Principalmente quando a gente consegue repetir as falas junto com os personagens. Se estiver frio, deite no sofá da sala, se enrole no edredom e ligue o ventilador (pra ficar mais frio, um clima do Norte Desenvolvido). Tente restaurar da lixeira, se não der baixe de novo, todas as músicas do estilo "All by myself", faz mau, eu sei, mas a gente gosta e faz bem! Chore ao som de "O que me importa"; rebole ao som do "Créu"; imite a coreografia do "High School Musical"; berre e dance ao som de "Wanna be", "Vogue" - aprenda falar a parte do textinho - e uma longa lista. Acenda um incenso cheiroso. Use colônia de lavanda, é um clássico. Assista novela mexicana, "Ya mucha honra"! Leia Vinícius e Clarisse. Ouça Chico! Ouça também Gaiola das Popozudas; curta o som do My Chemical Romance. Leia as opostilas que os professores passam.


Confesse seus amores. Não confesse seus amores. A seu critério. Sabe, tipo sal a gosto. Diz que ama sua mãe; tira o papai do bolso, coitado, e bota ele no coração também. Resolva suas pendengas. Ah, ligue pra aquele amigão sumido, mesmo se você ligou por último. Bata um papo com Deus. Se não crê, beleza. Não bata papo nenhum...


Espie o vizinho que vê filme pornográfico com a janela aberta e grite: "Tarado!", depois se esconda, é claro. Dê abraços triplos, quádruplos, de quantos conseguir, mas tente tocar todos os abraçados. Ame! Goste! Se deixe apaixonar. Pelo menino que faz aquela aula contigo, ou pelo garoto que compra pão na padaria do seu avô, sei lá, seja criativo...


Escreva cartas e as entregue pessoalmente. Não seja estremista em nada. Opite pelo meio termo, assim se pode aproveitar o melhor de cada lado. Quem foi que disse que não se pode servir a dois? Sirvo a quantos eu quiser. Leia mais este blog, comente neste blog, divulgue-o ;). Assista (e leia) Harry Potter. Conheça Gossip Girl. Assista tele jornais, mas cuidado com a manipulção da informação. Ouça, com muito carinho, seu amigo chato cantando músicas do RBD, não! Esquece isso, bate nele mesmo, a sensação é muito melhor.


Como ser feliz?! Sei lá! Se vira, "mermão"! Isso que eu escrevi não faz ninguém feliz, acha que se fizesse de verdade eu ia postar num blog onde qualquer um lê de graça? Eu ia era vender livros, ia ser mais rico do que a Rainha da Inglaterra, que nem a titia Jo. Fazendo isso, já é um começo. Antes de tudo seja você. Isso é mais que suficiente pra se achar o pote de ouro no fim do arco-íris.


You Know. You love me. X.O.X.O. Writer Boy!

domingo, 23 de março de 2008

Festa de aniversário


Meu aniversário foi lindo! Adorei a comemoração dos 19! Infelizmente, nem todos estavam presente, mas teve gente que precisou burlar mãe católica na Quinta-feira Santa. Sacrifícios! Festa! Ah, e se perguntarem, o "cuscus" agüentou a noite inteira. Ao som de Amy, Madonna, Spice e muitos outros queridos, tudo, é claro, regado com alta quantidade de batata - fermentada, engarrafada, atendendo pelo nome de Natasha -, obvious! E a propósito, nada mais justo que, para católicos, passarem a madrugada da Paixão comendo bacalhau! Mas no fim, tudo é festa. Sou sem vergonha, mesmo, e amo todos do Rei. E afinal de contas cada um passa sua Sexta-Feira Santa como quer, uns comendo peixe, evangélicos fazendo churrasco e eu comendo batata, ou melhor, bebendo batata. I love myself! "E depois deste desterro..." ainda ouço meu pai dizendo que eu sou individualista. Se o sou não sei, mas teho pré-requisitos básicos, tais como: pós-protestantismo, liberalismo, capitalismo, ah e sei lá mais, se isso não for o suficiente para se ser individualista, não sei mais de cacete nenhum... Talvez meu progenitor esteja completamente equivocado, como em muitas coisas que falou. E falou tanto... misturou tudo, essa é minha vida. Na verdade é a vida de todos os que têm pais. O que seria de nós sem eles? Ah, muitos sobrevivem... Mas sou feliz por ter os meus, pai e mãe, não me entendem, mas é confortante saber que estão na estante infentando minha vida. Infeites úteis, não, simplesmente, fúteis. Pra terminar, a tal da músiquinha: "parabéns pra você, parabéns pra você, pelo seu aniversário..." Happy birthday to me!

segunda-feira, 17 de março de 2008

Pedras e Bíblias


Polêmicas cenas, obscenas, e no mais genuíno sentido da palavra, invadem nossas casas; aliás, não invadem. São convidadas e devidamente autorizadas e sintonizadas digital ou, mais comumente, analogicamente. É uma caixa de surpresas, nossa amiga de horas a fio. Podemos ser mais rápidos que o Klink, ganhando “o mundo em um minuto”; podemos conhecer os lugares mais profundos da nossa pátria ou simplesmente estatelar à simples vinheta de um certo plantão; somos transportados pra distintos universos e realidades completamente novas e inimagináveis. A essa caixa, alguém resolveu dar o nome de televisão e é ela que tem sido fiel nos acompanhando em cada momento das nossas vidas. Da educação das nossas crianças à formação das nossas opiniões.
A arte não deve, simplesmente, imitar a vida. Platão teria náuseas. Cópia de cópia, não! A arte pega o que há e transforma, “repagina”, dá roupagem nova. É fato, que não há uma cristã que instiga uma multidão, com paus, pedras e ódio, a marchar contra uma família, por menos convencional que seja - de dois pais, ou de duas mães, ou trinta, enfim. Mais improvável, ainda, seria se houvesse uma mulher em avançado estado de gravidez envolvida entre “os filhos do capeta”. Sabemos que isso não é da índole angelical dos evangélicos. Não, não o fariam. Mas esses mesmos evangélicos angelicais, separados do mundo e pra Deus, são capazes de lançar olhares e palavras mais sagazes que as pedras agressoras de Maria ou os ossos da mãe comum impedidos por Cristo de tocarem Maria Madalena. Tudo o que foi feito, foi evidenciar um fato. Pôs-se pra observação no microscópio, algo que se vê a olho nu. Em menor ou maior grau, tudo aquilo que a televisão mostrou existe.
Acreditando serem libertos do mal, livres do pecado e seres que atingiram o nirvana da vida, os evangélicos vão vivendo como típicos cristãos, que dizem carregar em si, a verdade absoluta. Andam por aí, como peregrinos do único caminho a se seguir, e o que passar disso é de procedência maligna. A personagem da novela é só mais um estereótipo, exagera, mas mantém a essência. Existe. Que seres são esses? Incriticáveis? Acima do bem e do mal? Todos nós estamos a mercê das críticas e dos julgamentos de outrem. Porém ser criticado por um “pagão”, ou ímpio, é contra a estética protestante; nós não temos moral para pontuar erros dos ditos santos, pois eles têm a verdade, têm a salvação eterna, e nós, condenados estamos ao fogo eterno.
Edivânia, diferente de Lázaro, não enfrentou as autoridades por sua fé. Se ela realmente acreditasse que estava cumprindo a vontade de seu Deus, teria ido até o fim, principalmente quando Juvenal Antena apareceu. Ela não teria medo, continuaria cumprindo sua missão, tendo certeza de que seria recompensada, mesmo se morresse. Mas não, teve medo e ali, agiu feito Pedro, negando sua crença por medo, ou por que quer que seja. Há Edivânias espalhadas mundo afora, mais ortodoxas ou menos.
Tive o prazer de assistir a um espetáculo primoroso de música evangélica em julho passado na Praça da Apoteose, onde a voz da cantora líder soou, acompanhada de uma poderosa orquestra, clamando aos cristãos: “Quero ver o teu amor tão cantado, teu discurso encantador sendo encarnado...”. Eles, os cinqüenta componentes do grupo, pareciam pedir o fim da hipocrisia e um despertar cristãos. Pedido, ao que consta, ainda não concedido.
O que há de mais triste, nos cristãos, é algo que Cristo nunca ousou ter, a saber, o ar de superioridade. Sendo Deus, humilhou-se e se fez homem e toda a glória que recebia, repudiava-a, entregando-a ao Pai. Mas como natureza, uma fé arrogante produzirá seguidores arrogantes; pessoas que acreditam seguir o único e correto caminho tendem a achar que têm o “rei na barriga”, ou de maneira mais romântica, o Rei dos reis no coração. E assim segue a antiga e eterna máxima cristã do amor ao próximo, que não tem sido tão fiel quanto o pão nosso, mas tão faltoso quanto a paz nas ruas do Rio, que, a propósito, era o tema principal do citado espetáculo.