Minha morte não foi a tradicional. Acho que não estaria mais aqui se tivesse sido. Acontece, na verdade, que o meu filho (leia-se, PC), bateu as botas e não consegui recuperar exatamente a pasta na qual eu guardava o meu modesto legado. Morri!
Mas morrer neste caso se fez algo bom. Morrer representa um fim para um novo começo, para algo novo que vem além daquele grande muro que o menino que caminha, caminhando chega num muro... Futuro. Talvez, mesmo, tenha sido melhor. Para que não mais eu me fiasse nas coisas antigas e daí pra frente produzir o meu novo, que vai se indo nas minhas veias até as pontas de meus dedos. Morrer não representa o fim. Mas exatamente o oposto. Iniciar. Um começo tão bom e tão avançado que já estou no Windows 7. Só de começo, o meu novo começo já se fez apoteótico. Nem há o que chorar. Remoo alguns textos queridos que se foram para o além que não sei como encontrar. Talvez eu contrate a Polícia Federal para achar. Em nome do que eu considero minha arte, posso até dizer que me envolvi com pornografia infantil, só para a Anjo da Guarda vir xeretar no meu pc qualquer arquivo. Dizem que eles encontram mesmo depois do shift-del.
Acho que não. Vou curtir a vida, como a vida deve ser após a morte. Nesta minha reencarnação, não me cabe saber o que vivi em vidas outras. Basta que eu siga sendo o novo que o destino, acaso, ou o que for, tenha me imputado. Lá vou eu.
P.s.: Pra provar a o renascimento: uma pintura minha (Eu Fawkes), pintado no Paint do Windows 7.