quinta-feira, 1 de maio de 2008

Família!








Sempre me pego questionando a vida. Pensando nela, mas, assim como os filósofos, nunca encontro resposta ou soluções. Indagações e problematizações são tudo o que consigo alcançar. Continuar buscando! Algumas coisas muito me intrigam, a tal da crise existencial vez ou outra me toma de assalto. Fico pensando de onde vim e para onde vou. Mas principalmente me entrego a pensar o presente. O passado já foi e o futuro ainda virá. Vivamos o que "está"! Penso no que fazemos com nossas vidas e no como vivemos em família, onde as pessoas tem os mesmos defeitos que nós (isso é duro demais).
Família, tá aí o assunto do qual vou falar. Vejo famílias sombrias, distantes e nem sei... A família foi instituída por Deus, no extinto Edén? Se foi, as famílias que vemos hoje, não se distanciam do protótipo que foi a primeira. Uma mulher que leva o marido a ruína, um irmão que mata o outro por inveja, ou ciúme - Caim não é de todo um monstro, mas uma criança (interior) ferida! Abel era o favoritinho, né? -, problemas aos quais toda família está sujeita, em maior ou menor grau. Ah, descobri que tudo é tudo em maior ou menor grau. Sou antidogmático até fazer bico! Eva, a pobre não teve sabedoria, fez o marido comer o que não devia. Isso reforça em muito a máxima: "Por trás de todo grande homem, há sempre uma grande mulher." Obrigado Eva! E não estou sendo irônico! Conhecimento! Ia me esquecendo do primeiro divórcio! Lilith deu um pé na bunda de Adão, por isso Eva foi feita! Desde que o mundo é mundo, há divórcios! Primeira família, que grande exemplo de família!
O jantar? Ah, o jantar no Brasil, ou pelo menos em todas as casas em que já estive neste horário sagrado, é acompanhado pela novela das oito da vez. Famílias! Família que conhece de cor a música tema da abertura do folhetim, mas não conhece a filha que, quieta, escreve em seu caderno de versos. Vai do garoto, que passa horas no computador, à mãe, que se esconde atrás dos livros de banca de jornal, sonhando ser raptada por um romântico e forte limpador de piscinas da casa da Barbie. Vai do pai, que só quer assistir ao tele jornal e ao jogo de futebol nas Quartas e Domingos e nos outros momentos precisa descansar, à menina, que de saco cheio do irmão e dos pais, se tranca em seu quarto e, com o rádio alto, repete as rebeldias das músicas que ouve. Uma típica família do século TODOS (em algarismos romanos). Com uns ajustes temporais aqui e ali; podemos encontrar umas diferenças, como computadores e rádios. Mesmo sem essas maravilhas da modernidade, as famílias foram o que são hoje.
O nosso mal é crer que o mundo vai caindo. Morra Baudelaire! De novo? O mundo não caiu pois nunca esteve em pé. Nunca houve Idade do Ouro ou Paraíso! Se houve, fomos destituídos disso tudo muito cedo, tanto que nem dá pra sentir falta. Ah, Freud! O mundo é assim desde que é mundo! Lá em casa tá todo mundo antenadíssimo na história da Isabella - que esteja em paz -, aí minha mãe diz: "Isso é o fim dos tempos!" Mentira! Quando vamos perceber que sempre será o fim dos tempos? Godot? Cadê ele? Meu, pais matam filhos há muito! E filhos matam pais, também! Isso não é novidade o que é novo, ou pelo menos nem tão novo assim, é uma tal de Globalização, que trás tudo o que acontece no mundo pra pertinho da gente. Como se tivesse acontecido alí, na esquina. Como o caso do mexicano que ASSOU o filho de dois MESES no microondas, ou o caso do austríaco maníaco (tive que fazer a riminha idiota), que fez a filha cativa e a possuiu como homem e teve com ela sete filhos! Atrocidades! Mas nada é novo! Nem mesmo essa história de aquecimento global, destruição do mundo. Já aconteceu, se não tivesse acontecido nossos amiguinhos dinossauros ainda estariam aqui pra contar a história e não só as baratas. Como disse uma vez a lenda viva Dercy Gonçalves: "Sacanagem não é novidade, já existia desde os tempos de Sodoma e Gomorra." Concordo, tia Dercy. Deixemos de ser hipócritas e paremos de criticar nosso tempo, como se ele fosse a culminação de todos os males. O que acontece hoje é mais um reflexo de tudo o que aconteceu antes, do que uma novidade, do que um prelúdio da retorno de alguém. Aff. As famílias não decaem, mas mantêm o padrão de sempre, em - e volto a dizer - maior ou menor grau.
O que nos resta fazer, já que tudo isso vem desde antes de nascermos? Sentar e ver tudo assim? Não existia telefone, mas o homem criou; não existia carro, hoje tem! Então, devemos aceitar o fatalismo de que "tem sido assim e assim será" ou faremos algo pra mudar este quadro caótico que se formou desde o instante em que Adão foi feito? Mudar, é claro! Mudar é algo tão bom! Vamos ver nossas relações familiares no brejo enquanto assistimos as idiotices de "Juvenal Antena"? Ô "personagemsinho" nojento! Não podia me furtar o prazer de falar mau dele. Não! O que vamos fazer é levantar, desligar a TV, você sabia que ninguém morre se fizer isso?! Levantar do sofá, Homer Simpson, e ir ver a filha que escreve versos enquanto chora por falta de atenção, ou o filho que está ficando viciado em jogos e com miúpia. Vá comprar flores pra sua mulher pra ela parar de sonhar com o "membro trêmulo de Reginaldo", pra ela ver que a vida dela pode ser como a da Sabrina ou como a da Bianca, que ela tão avidamente lê. Leiam juntos "viva um caso de amor com seu marido"! Deixe o Flamengo e o Batafogo pra lá e saia com sua família! Não gaste muito, vá à praia! Alugue um filme para verem juntos e joguem o "Jogo da Vida" juntos! Discutam! Quebrem o pau. O lugar disso é na família! É sadio quebrar o pau! Saiam do superficial e digam o que os "emputecem". "Poxa, pai, não dá!" "Meu filho, você está demais!" Mas discutam, deixem fluir e não fiquem no superficial! Tá bom, falo como se fosse ótima minha relação familiar, como se minha família fosse a Weasley. Tah, minha mãe até que me lembra a Molly. Vivemos na vida real! Dói saber isso, né? Também dói em mim. Inevitavelmente sou obrigadíssimo a recorrer aos Titãs: "Família, família... família é, família, ah, família!"

6 comentários:

Unknown disse...

Muito bom cara... adorei a crítica ao horro das pessoas com o que se passa hoje em dia.. como se fosse algo novo.. principalmente a parte de Caim... que é visto como um demônio por ter matado o irmão.. mas e os outros? na fundação de Roma teve algo parecido não? um tal de Rômulo... esse horro chega a ser hipócrita... como se a nossa era fosse realmente a era do horror e que o nosso mundo nunca tivesse vivido um caso João Hélio ou Isabela.. não qrendo diminuir a relevância destas atrocidades... mas como vc bem disse.. não tem nada de novo nisso...
vivemos no fim dos tempos? entao estamos nele faz tempo demais...

ta de parabens kra..
abração!
Rodrigo

Sarah disse...

Antes de mais nada.

Foi você quem escreveu isso??

muito Bom

xD

Guilherme de Oliveira César disse...

Fui eu sim! Tuo idéia da minha cabeçona!! É que páro pra pensar nas coisas...

Leonardo Lefim disse...

Concordo com tudo, por isso que devemos passar mais tempo com as nossas famílias^^

Parabéns pelo blog!

Dá uma Passadinha lá no Expressões =D
www.expressoesdocotidiano.blogspot.com

Unknown disse...

Sacanagem não é novidade, já existia desde os tempos de Sodoma e Gomorra." Grande Derci

que texto foda pra se refletir
gostei muito

visite ai se puder
http://noticias-irrelevantes.blogspot.com/

Natália Macedo disse...

Realmente. Nunca parei pra pensar nisso!
Tem tanta verdade nisso tudo aí que você escreveu... Continuamos os mesmos de sempre!
É, precisamos rever nosso conceitos. Mudar. Prestar atenção à nossa volta. E "viver" a família.

Parabéns, Gui.