sábado, 10 de maio de 2008

Cordas e caçambas


Se jogamos a caçamba, a corda vai atrás. Lei natural, é claro. A caçamba se enche d'água e com a corda a puxamos de volta. Existe uma camada de algodão. Ainda existe. Aos trancos. Existe. Quando queimamos o que não se deve, quando usamos o que não se deve, jogamos onde não se deve, causamos problemas a essa tal camada formada de ozônio. Ela se abre, ferida. Processo simples: se bate e se machuca, tira sangue ou faz coagular, sendo o segundo ainda mais problemático. O que devia, então, proteger-nos dos raios ultravioletas, emitidos pelo Sol, vê-se incapacitado de exercer sua função. Matou-se Cristo, que queria salvar. Matou-se Socrates e Tiradentes que libertar queriam. Esburaca-se ozônio que quer proteger. Assassinatos de heróis. "Herocídios"?

Uma coisa leva a outra. As imbecilidades que fazemos causam um rombo onde não devia haver nenhum;
esse rombo permite com que os raios indesejosos, quando em excesso, nos atinjam e não só a nós como também às calotas polares, que por sua vez derretem. Onde enfiaremos tanta água? Ah, sim. Quão obtuso! Nas nossas casas, é claro. Nas nossa salas! Nos nossos carros! Nas nossas empresas! Nos nossos desodorantes a seco! Nos nossos narizes e pulmões. "Fim da odisséia humana na Terra".

Se o grande físico já nos dizia que pra "toda ação há um reação", não ignoremos esse ensino. Se batermos em alguém natural seria que apanhássemos em seguida, a menos que nos fosse dada a outra face. Mas a natureza já tem sido cristã por muito tempo. Agora ela deixou os princípio de Cristo e decidiu contra atacar, pagar na mesma moeda. "Olho por olho, dente por dente", assim dizia uma máxima do Antigo Testamento que é retomada nessa era por uma "mãe" cansada da ingratidão dos filhos. O Greenpeace já vem alertando, a WWF fazendo coro e uma galera mais de vozes em barítono, contralto, agudo, grave... Lá, dó, ré, mi, fá, sol, lá, si. "Escarra nessa boca que te beija", as palavras de Augusto dos Anjos, que tanto intrigam quem as lê, resumem o que temos feito com quem só nos quer bem...

Aos olhos da natura, arranha-céus são os fortes, automóveis tanques de guerra, chaminés são canhões
a bombardear o céu. Armamento bélico, nisso os homens somos bons. São serras, balões, esgotos, energia elétrica, gaz carbônico... Um exército ainda mais poderoso que o israelense, o da natureza. Contra sua fúria não há nação que resista, haja a vista os tornados que destroem por aí. Exército "mui forte e poderoso em guerras".

Que guardemos os livros! Talvez não possamos transmitir séculos de evolução intelectual para os
próximos seres que vierem após nossa extinção. Se não morrermos destruídos pela resposta da natureza, morremos de fome. E quanto a isso, basta que se diga que é mais uma série de ciclos viciosos, onde uma coisa leva à outra e assim sucetivamente, num ciclo sem fim. Isso é ser humano. Isso é o ser humano. O ser desumano. É hora de desacelerar e desaquecer as turbinas. Ir às ruas pra que se estabeleça uma Revolução Desindustrial, até mesmo para que aqueles que conseguiram, pra sim, muito dinheiro, utilizando o que é de todos nós, tenham tempo e mundo para gastá-lo.

5 comentários:

V!nn! disse...

Ótimo texto!
O blog está de parabéns!

Abraço!

www.blogbyvinny.blogspot.com

Vicentini; Luiza. disse...

"...a menos que nos fosse dada a outra face. Mas a natureza já tem sido cristã por muito tempo."
Gostei muito do texto! Couldn´t agree more!
Loved it!

Romario Regis disse...

tu é muito doido cara kkk
mas o texto ficou bom.
gostie gostei ;D

Unknown disse...

Espetáculo de texto...
Mt bom mesmo!!
Blog interessante!!

abraços lk!!

Natália Macedo disse...

Não tenho nem o que dizer...
É intrigante o que você escreveu, mas é a pura verdade.
Simplesmente MARAVILHOSO!
Você É um escritor de mão cheia. Parabéns, Gui!!