domingo, 11 de abril de 2010

A ignorância sobre o hoje que já nos tomou no passado torna-se engraçada, uma vez calcados no terreno dos acontecimentos de agora. E nem sabíamos o quão enredados estaríamos nessa coisa estranha, confusa e angustiante que aprendemos a chamar de vida. E a gente não pôde dizer o que seríamos, onde estaríamos, com quem. A ignorância do que nos tornaríamos nos trouxe ao que somos, pois, afinal se pudéssemos antever, muito não seríamos então. Muito seria impedido. Muita dor seria podada já na essência. Muito seria evitado.

Uma vez aqui em cima, depois de certo e também longo caminho percorrido, nos damos com aquele de nós lá do começo: aquele de nós que ainda não tinha tamanho pesar. E torcemos, como quem acompanha uma montagem da Paixão de Cristo, para que façamos escolhas diferentes, que não tomemos aqueles caminhos, mas é um torcer inútil, estamos fartos de saber que o Cristo foi a cruz. Torcemos pela vitória num jogo reprisado, do qual já conhecemos a derrota.

E os próximos. A neblina do alto da montanha me impede de ver adiante. De saber o que é. Só posso contar com minhas aspirações, com o que quero que venha... E outra vez me pego ignorante, sujeito aos mesmos erros, aos mesmos resultados errôneos ou até certos, de alguém que se pudesse prever o adiante, no mínimo, faria algo para impedir parte dele.

3 comentários:

Vicentini; Luiza. disse...

A ignorância do que nos tornaríamos nos trouxe ao que somos...

Gostei também do final. De evitar parte da dor. Sei exatamente como você se sente.

a_rosa disse...

Você anda lendo "Schopenhauen"?

:P

E, afinal, o que é Wilhem?

Rob disse...

Pois é, gostei do texto mas não sei se concordo totalemte com ele! também acho que muitas vezes existe um sentimento de estar a deriva na vida, mas tambéma cho que é possivel a cada esquina, mudar alguma coisa diante do desconhecido para enfim buscar e quam sabe manipular o que vem a seguir...sei lá!
gostei do texto e do blog !
Valeu!