quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Viação Canela


Saí a procurar por ela em bares onde estivemos juntos e procurei também nos adjuntos. Ela não estava lá.  

As outras que havia não eram ela e eu não as queria. Punha defeitos de minha covardia largado num balcão... 

Tomei o último gole e acendi meu último cigarro. Tateei nos bolsos por algum trocado e não achei nenhum. 

Teria de ir andando: todo o dinheiro eu gastei fumando. Mas se comigo ela estivesse, eu andaria feliz.

Viação Canela! Sigo pra casa só pensando nela, nos momentos que nós vivemos juntos nas noites de verão.  Já não vou sozinho, sua lembrança me faz um carinho. Meu coração se enche de ternura: ela está aqui. 

E sem que eu sentisse, chego à casa quase moribundo. Minha mãe me chamando vagabundo. 

 "Não adianta nem dormir. Pois já é muito tarde e sem demora sai o galo e canta e é aí que tudo desencanta um amor juvenil." 


Bebi café amargo e afanei do velho um cigarro. Pedi a minha mãe clemência e alguns trocados e ela me disse não. 

De novo ir andando: todo o dinheiro eu gastei chorando. Mas se comigo ela estivesse. Eu andaria feliz. 

Viação Canela! Sigo pro trampo só pensando nela, nos momentos que nós vivemos juntos nas noites de verão. Sei que estou sozinho.  Triturado no vermelho moinho. Meu coração rumina amarguras: ela não está aqui. 

Um comentário:

Vicentini; Luiza. disse...

Você já é um escritor!
Vamos publicar seus trabalhos? Como se consegue espaço nessa vida de escrivão, meu Deus?!