
De Moinhos de Ventos se fazem dragões. Do nada se faz o tudo e outra vez. Do tudo fez-se o nada e mais um pouco. Um além e alguma despedida. Café que dói no peito, tão amargo. Voz calada e seca já não diz. Preso na garganta há um bolo. Um drama; uma esperança codorniz.
Querendo ver moinho tão gigante. Os passos do Quixote que se quis, bem mais, bem muito mais e já não diz. Calado agora vê suas palavras pregadas num papel de tinta e giz. A força que continha em ser quem era, ruiu ao som do rock em tarde griz.
Austero e poderoso decidiu. A hora de a irmã vir dar as mãos. Ao além, suas aventuras, o quanto mais. De palavras que o espelho repetiu. Avante mais avante e além, o céu é o limete que se vê. Mas, eis portas abertas e avante. O céu que já rompido recebeu; Quixote com sua valsa dos moinhos, dragões que ninguém mais reconheceu. Feliz, Quixote. Tanto saltitante. Saltou em sua valsa certeira. Adeus disse ao mundo e às amantes e àquela a quem, um tanto, compreendeu.
Moeda de dois lados, do Quixote. Teatro. Drama. Show. E carmesim. Os braços feito asas tão voante, o rápido e curto voô codorniz. Romantismo e Quixote foi avante. Às letras das palavras que já leu. Gigantes levantaram-se entre sombras. Moinhos subjugam o herói.
Quixote disse aloha, lá vou eu. Jazente, já não mais me espere ver. Talvez lá no além, outra morada. Naquela que tanto desafiei.
4 comentários:
belo poema em prosa! a história do jazente quixote que se quis eternizar tão cedo.
ai ai
acho que eu precisava conhecer um pouquinho de d. quixote p/ ter um melhor entendimento do texto, né!?
mas a escrita é sua, como sempre! e por si só isso já é um grande elogio! :)
Sou sua fã!
Quando eu fui dizer quea União da Ilha vinha falando de um livro de histórias infantis,quase apanhei.Ao entrar numa livraria,sua amiga letreira fez questão de pegar o livro em questão para me perguntar se uma criança leria algo do tipo.
Enfim,corro um risco enorme do meu comentário ser desprezado se você for uma pessoa que odeia carnaval e me vê comparando o seu texto com um enredo. Mas como eu sou um cara que ama carnaval, tenho a certeza que vou aprender muito de Dom Quixote assistindo ao desfile,pois de cara gostei muito do samba e gosto de me envolver com o enredo para saber o que exatamente a escola quer passar com suas alegorias.
Cultura e conhecimento de mãos dadas na festa profana!!!
Já comecei aprendendo um pouquinho com o seu texto...
Eu não odeio carnaval! Como odiaria?
O profano sagrado trazendo o Dom Quixote, ficou excelente. E, afinal de contas, "quem é que não tem um Quixote no seu coração?"
Amo a Ilha e amei o enredo, pena foi eu não ter visto tudo.
O carnaval é Dom Quixote. É loucura. Passionalidades. É o grotesco, são moinhos de ventos, são carros alegóricos.
Quixote ainda não se foi. Está vivo,o herói doente, bem dentro de nós.
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