domingo, 15 de fevereiro de 2009


O rosto brilhando de olofote e substâncias tóxicas recém eliminadas. Os cabelos já sem todo o glamour do penteado de gel, laquê ou qualquer outra coisa. Os pés terrivelmente castigados tal bruxas em séculos outros. A roupa com cheiro do cigarro das outras pessoas... Mas basta, então, que o homem que tem um “quê” de Deus, de seu trono de pick up, dê as cordenadas pra que se ganhe um trono, cetro e manto; coroa de safira, jeans surrado e a luz de uma estrela.
Ontem eu estava numa festa aqui no Rio de Janeiro, mais precisamente em Copacabana, o nome é ULC. Me divertindo, rindo, cantando, comendo pirulito e suando a camisa na pista de dança... A vida parece muito mais alguma coisa que não sei explicar quando se vive assim. Talvez não seja nem lá grande coisa, uma felicidade efêmera como qualquer uma das quais estamos sujeitos todos os dias. Foi, assim perdido num som outro, que avistei uma menina envolvida com seus amigos, de olhos fechados repetindo a letra de uma música da Katy Pery. Isso não é assim algo tão extraordinário, mas não devem as grandes tempestades serem as únicas as nos roubar a atenção, a garoa também pode molhar. Ela não era a mais linda, usava óculos e tinha cabelos enrolados. Não era loira, não era miss, estava suada. Ela cantava com uma força e suas mãos estavam levantadas como se sua vida dependesse daquele momento. Não fiquei o tempo todo olhando pra ela, fui em busca de outras pessoas que estivessem naquele mesmo estado, sendo assim brilhantes no meio do escuro, sendo mais um naquela multidão, mas mais um, e isso quer dizer alguma coisa. De instante me veio as vozes do Abba fazendo coro na minha cabeça: “Anybody could be that guy. Night is young and the music is high.” E volta e meia eu ia procurando pessoas que estivessem naquele estado de êxtase e não era difícil encontrá-las, haja a vista o tema da festa.
Eu mesmo me permiti o prazer de brincar de “dancing queen”, ao som de Shakira, Amy, Madonna, do próprio Abba com “Mama Mia”, das Spice Girls, enfim de uma galera. Descobri que todo mundo pode ser da realeza, assim, num piscar de olhos, ou melhor num giro de varinha de fada madrinha fazendo freela de DJ. Basta que toque aquela música que te faz gritar (Estoy aqui - Shakira), aquela que te faz pular (Jump – Madonna), aquela que te faz sorrir (All for you – Janet Jackson) ou aquela que você aprendeu a coreografia quando era criança e sabe até hoje: “Ragatanga” (Rouge), “Stop” (Spice Girls). Não precisa muito, é só aquela música e então, você se torna a “dancing queen” (ou king, tanto faz). “Young and sweet only seventeen... Oh, yeah! You can dance. You can jive. Having the time of your life.” E a gente brincando de ser feliz...
Dancing Queen (ABBA)
You can dance, you can jive
having the time of your life
see that girl, watch that scene
dig in the Dancing Queen

Friday night and the lights are low
looking out for the place to go
where they play the right music
getting in the swing
you come to look for a king

Anybody could be that guy
night is young and the music’s high
with a bit of rock music
everything is fine
you’re in the mood for a dance
and when you get the chance

You are the Dancing Queen
young and sweet only seventeen
Dancing Queen
feel the beat from the tambourine, oh yeah
you can dance, you can jive
having the time of your life
see that girl, watch that scene
dig in the Dancing Queen

You’re a teaser, you turn ’em on
leave ’em burning and then you’re gone
looking out for another
anyone will do
you’re in the mood for a dance
and when you get the chance

You are the Dancing Queen
young and sweet only seventeen
Dancing Queen
feel the beat from the tambourine, oh yeah
you can dance, you can jive
having the time of your life
see that girl, watch that scene
dig in the Dancing Queen

3 comentários:

Natália Macedo disse...

Como pode de uma simples observação sair algo tão maravilhoso? Gui, você é "o" cara! Hahaha!

Amei seu post! Realmente, de vez em quando a gente observa certas coisas que nos dão uma sacudida, um grito de "Acorda!". E nós acordamos e percebemos...

Que bom que se divertiu ao som dos seus ídolos, cantando e dançando como um dancing "king"! Esse momento de diversão, de felicidade, pode ser efêmero, como você mesmo disse, mas nos faz tão bem!!! Parece que temos vontade de ser nós mesmos, não ligamos pra nada... Nem sei explicar! Simplesmente somos felizes!

Não sei se já ouvi essa música. Posso ter escutado, mas não reconheci a letra. Só sei que é muito boa e descreve perfeitamente tudo que você, brilhantemente, disse.

Sou sua fã, meu amigo! Rsrs.
Beijos.

Vicentini; Luiza. disse...

Adorei... A narrativa tá incrível!

Anônimo disse...

"Basta que toque aquela música que te faz gritar (Estoy aqui - Shakira), aquela que te faz pular (Jump – Madonna), aquela que te faz sorrir (All for you – Janet Jackson) ou aquela que você aprendeu a coreografia quando era criança e sabe até hoje: “Ragatanga” (Rouge), “Stop” (Spice Girls). Não precisa muito, é só aquela música e então, você se torna a “dancing queen”"

me identifiquei mto com essa parte... hehehe

adorei, gui!

beijooos